Encontre aqui o esporte paralímpico mais adequado para você!
Ciclismo
Por: Juliana Soares e Claudio Civatti (classificadores do Ciclismo)
Como é disputado
A modalidade segue as regras da União Internacional de Ciclismo - UCI, que é a mesma entidade internacional da modalidade olímpica. Há algumas diferenças entre a modalidade Olímpica e Paralímpica, como por exemplo os equipamentos utilizados. Além da bicicleta convencional, há também as Handbikes, Tandem e os Triciclos, bem como distâncias de provas e percursos diferentes e ainda, provas específicas. Porém, a grande diferença é que no ciclismo olímpico os atletas são divididos por faixas etárias, no Paraciclismo eles são divididos em ”Classes Funcionais”, de acordo com suas capacidades.
A provas de ciclismo são divididas em dois grandes grupos: Pista e Estrada
Ciclismo de Pista
As provas de pista são realizadas em um Velódromo, uma pista oval e inclinada. As melhores pistas são construídas em madeira ou concreto. Em geral tem 250 metros de extensão e até 42º de inclinação. Esse formato oval e com inclinação é essencial para que grandes velocidades sejam alcançadas.
Nessas provas apenas os ciclistas usando bicicletas (convencionais ou adaptadas) e Tandems participam, pois, a inclinação da pista não permite o uso de equipamentos com 3 rodas.
As provas a serem competidas em pista são:
-
Contra Relógio: Nessa prova os atletas largam individualmente, parados e percorrem a distância de 500m a 1km - de acordo com sua categoria. O objetivo é realizar o trajeto no menor tempo possível;
-
Perseguição Individual: O percurso de 3 a 4km é percorrido por dois atletas que largam em lados opostos da pista simultaneamente. Ganha aquele que fizer o menor tempo ou alcançar o seu oponente na pista;
-
Velocidade por equipe: Cada equipe é composta por três atletas de classes diferentes (de acordo com uma tabela de pontuação). Os atletas largam ao mesmo tempo numa ordem e a cada volta o primeiro da fila para e os outros continuam, até o ultimo completar uma volta sozinho na pista. Vence a equipe que completar o revezamento no menor tempo.
-
Scratch: Nessa prova, os atletas largam em grupos, simultaneamente, e após um determinado número de voltas, que variam de acordo com as classes (40 a 60 voltas), ganha o atleta que cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.
Ciclismo de Estrada
As provas de estrada são realizadas em áreas abertas e asfaltadas. As distâncias podem variar de acordo com a prova, classe e gênero do atleta, e com isso o trajeto ser adaptado a cada necessidade. Nessas provas as handbikes e os triciclos também participam.
As provas a serem disputadas na estrada são:
-
Resistência: Prova entre 30km a 120km de distância, variando de acordo com as classes, onde os atletas de uma mesma classe largam ao mesmo tempo em pelotões, eventualmente algumas classes largam agrupadas no mesmo pelotão. Ganha o atleta que cruza a linha de chegada na frente;
-
Contra - Relógio: Os atletas largam individualmente em intervalos de 1 minuto para cobrir a distância da prova. As distâncias podem variar de de 20 a 35 km de acordo com a classe funcional e as dificuldades do percurso. Vence aquele que completar o percurso no menor tempo.;
-
Revezamento por equipes: essa prova é apenas para as handbikes. As equipes são compostas por 3 atletas de diferentes classes (H1 a H5) de acordo com uma tabela de pontuação, podendo ser mistas ou não. Os atletas largam numa ordem determinada que deve ser mantida durante toda a competição. Os atletas fazem uma volta no percurso e vão revezando até que todos tenham feito três voltas cada. A equipe que completar o total de 9 voltas primeiro vence a prova.
Quem pode praticar?
Deficientes visuais, amputados, paralisados cerebrais, lesados medulares, entre outras deficiências físicas.
A classificação na modalidade
Para a modalidade ciclismo todas as deficiências podem participar, entretanto, a deficiência intelectual não faz parte das classes com provas nos Jogos Paralímpicos.
Os perfis de cada uma das classes são:
-
B - Blind (Deficientes visuais) - Para essa classe são utilizadas bicicletas específicas chamadas Tandem, onde há dois lugares, um para o atleta com deficiência visual, que fica na parte de trás, e outro para o piloto (guia em outras modalidades). Todos os atletas indiferentes da classe visual (B1, B2 ou B3) correm juntos numa categoria única.
-
C1 a C5 (Ciclistas) - Para essa classe são utilizadas bicicletas (com 2 rodas) com ou sem adaptações. Nessa classe há diversas pessoas como amputados, paralisados cerebrais, lesados medulares, entre outras deficiências físicas. As classes vão de C1 a C5, sendo C1 o mais comprometido e C5 o atleta com menor dificuldade motora.
-
C1- Hemiplegia ou diplegia espástica severa; atetose ou ataxia severa; amputação bilateral (na altura dos joelhos); amputação bilateral (na altura dos cotovelos); amputação de uma perna e um braço (cruzados ou do mesmo lado).
-
C2- Hemiplegia ou diplegia espástica moderada; atetose ou ataxia moderada; força muscular fraca (não é avaliado a falta de força por falta de treinamento, somente por comprovação médica devido a uma patologia); sequelas de poliomielite; lesão neurológica periférica; lesão incompleta neurológica central (coluna); amputação unilateral acima do joelho; combinações de amputações entre braços e pernas; limitação de movimento de quadril e/ou joelhos.
-
C3- Hemiplegia ou diplegia espástica moderada para leve; atetose ou ataxia moderada para leve; combinações de amputações de um dos braços e uma das pernas com ou sem uso de próteses; amputação bilateral abaixo dos joelhos; limitação de movimento de quadril e/ou joelhos.
-
C4- Hemiplegia ou diplegia espástica leve; atetose ou ataxia leve; combinações de amputações de pernas e braços; amputação de uma perna abaixo do joelho; limitação de movimento de quadril e/ou joelhos.
-
C5- Monoplegia espástica leve; amputação unilateral de braço acima do cotovelo; amputação de todos os dedos da mão ou perda de um pé; perda da funcionalidade de garra (impossibilitando que o atleta use a mão para trocas de marcha ou freios).
-
T1 a T2 (Triciclos)- Para essa classe são utilizados os triciclos (com 3 rodas), essas bicicletas são mais estáveis para atletas que possuem menor controle do corpo sendo usada com grande frequência por atletas paralisados cerebrais.
-
T1- Atletas que não possuem equilíbrio para usar uma bicicleta, mas possuem força para pedalar mesmo com cadência restrita, podendo ter desordens neurológicas severas (hemiplegia, diplegia, triplegia ou quadriplegia); atetose ou ataxia severa; sequelas de poliomielite; lesão neurológica central incompleta (que não é capaz de usar uma bicicleta).
-
T2- Atletas que não possuem equilíbrio para usar uma bicicleta, mas possuem força para pedalar mesmo com cadência restrita, podendo ter desordens neurológicas severas para moderadas (hemiplegia, diplegia, triplegia ou quadriplegia); atetose e ataxia moderada; e perda de força muscular.
-
H1 a H5 (Handbikes) - Para essa classe são utilizadas as handbikes (com 3 rodas), essas bicicletas são adaptadas à atletas com maior comprometimento, podendo competir ajoelhados, sentados ou deitados dependendo da sua classe e necessidade. Essa classe possui muitos atletas amputados, paralisados cerebrais, lesados medulares, entre outras deficiências físicas em que o seu comprometimento não permita o uso de bicicletas ou triciclos.
-
H1 - Tetraplégicos com severa limitação nos membros superiores (compatível com uma lesão cervical na C6 ou acima) com severa atetose, ataxia, distonia, ou limitação equivalente; completa perda funcional de tronco e membros inferiores.
-
H2 - Tetraplégicos com severa para moderada com limitação nos membros superiores (compatível com uma lesão cervical na C7 ou C8) com severa atetose, ataxia, distonia, ou limitação equivalente; completa perda funcional de tronco e membros inferiores.
-
H3 - Paraplégicos com moderada limitação (compatível com uma lesão na torácica na T4 a T10); controle de tronco limitado; moderada quadriplegia com ou sem atetose ou ataxia; severa hemiplegia ou diplegia (que não consegue caminhar).
-
H4 - Paraplégicos com moderada limitação (comumente com lesão abaixo da T11); movimentos de pernas inexistente ou muito limitado (não sendo seguro o uso de bicicletas ou triciclos); controle de tronco bom ou normal; moderada diplegia com atetose ou ataxia comprometendo os membros superiores; severa hemiplegia nas pernas; amputados de ambas as pernas acima do joelho sem o uso de próteses (para atletas que não as podem usar e não podem se ajoelhar).
-
H5 - Atletas que podem se ajoelhar; paraplégicos com moderada limitação; amputações bilaterais da altura dos joelhos; perda limitada da função de pernas (não sendo seguro o uso de bicicletas ou triciclos); controle de tronco normal; leve a moderada diplegia com atetose ou ataxia comprometendo os membros superiores; moderada hemiplegia nas pernas; amputados de ambas as pernas acima do joelho sem o uso de próteses (para atletas que não as podem usar e não podem se ajoelhar).
-
A modalidade no Brasil
O Paraciclismo é gerido nacionalmente pela Confederação Brasileira de Ciclismo, a mesma entidade que gere a modalidade olímpica. Mais informações em www.cbc.esp.br.
O Ciclismo Brasileiro nos Jogos Paralímpicos
0 ouros
1 prata
1 bronze